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Tempo de conclusão do curso dos discentes do IFRJ Campus Realengo

Updated: Oct 26

 

Com o objetivo de conhecer o tempo de formação nos cursos de graduação do IFRJ - Campus Realengo e entender os impactos na percepção dos discentes sobre os períodos de atividades acadêmicas suspensas, como a pandemia da Covid-19 e o atual movimento unificado da educação, o Observatório da Saúde do IFRJ Campus Realengo apresenta um relatório conciso dessas demandas. A principal força motriz é dos próprios discentes que se veem ansiosos por concluírem os cursos e ingressarem no mercado de trabalho tão logo possível.


Foi realizada uma pesquisa por meio de um formulário do Google Forms simples, no período de 13 à 21 de junho de 2024, reunindo um total de 100 respostas de discentes do IFRJ – Campus Realengo.


Entre os respondentes,

47% foram do curso de Fisioterapia,

39% de Farmácia,

11% de Terapia Ocupacional,

3% FIC Cuidadores de Idosos, e

0% do curso de Agente Comunitário de Saúde.


A maioria dos discentes possuem entre 21-25 anos de idade (58%), com uma variação de 18 a 65 anos.


85% dos discentes estão cientes da causa principal da greve, no entanto,

92% não participam de movimentos para fortalecer esse ato unificado da educação. A maioria dos discentes conseguem discorrer brevemente a causa principal da greve, mas poucos discutiram sua importância. Entre as respostas, destacamos os seguintes trechos:

 

“Reestruturação das carreiras, reajuste salarial e recomposição do orçamento. Sua importância é fazer com que a educação pública seja valorizada” (discente 1 – Fisioterapia)

 

A busca dos servidores e docentes por melhores possibilidades de plano de carreira além do reajuste salarial em decorrência dos índices de inflação (coisa que já não ocorre a alguns anos) além da revogação do novo ensino médio. É fundamental para a valorização da educação e seus profissionais além de garantir o preparo dos alunos de Ensino Médio em diferentes áreas (considerando também o formato de ingresso nas faculdades)”  (discente 2 – Terapia Ocupacional)


Apesar de compreenderam a greve como ato de manifestação de direitos, em relação a percepção dos discentes sobre os períodos de suspensão das atividades acadêmicas, a maioria dos relatos afirma que esses momentos atrasaram a conclusão do curso. Assim, considerando o calendário mundial

15% preveem a conclusão de curso ainda em 2024.1,

21% para 2025.2 e

17% para 2026.2.


Já em relação a percepção sobre o atraso no tempo em semestres de conclusão do curso,

74% relataram que os períodos de suspensão atrasaram o tempo de formação, conforme se observa na Figura 1.

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Figura 1. Percepção de atraso na conclusão do curso dos discentes que responderam a consulta do Observatório da Saúde do IFRJ - Campus Realengo. Período 13 à 21 de Junho de 2024.


Essa análise se torna mais sensível entre aqueles que estão inseridos nos períodos finais, especialmente em fases de Estágio Curricular Obrigatório e em defesa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

48% relataram estar entre o 8º e 10º período.


Ao analisar o tempo entre o semestre de matrícula no curso e o tempo previsto de conclusão, de acordo com a expectativa dos discentes, observamos que a média no curso de

Fisioterapia foi de 13,0 (variação de 10,0 a 20,1) semestres,

Farmácia 12,4 (6,9 a 20,9) semestres,

Terapia Ocupacional de 11,1 (8,9 a 12,9) e

FIC Cuidador de Idosos de 2 semestres (sem variação).

Esses dados são apresentados na Figura 2. Excetuando o curso FIC Cuidador de Idosos, observa-se que o tempo de conclusão nos cursos de graduação ultrapassa pelo menos 3 semestres, ou seja, um ano e meio do previsto no Projeto Pedagógico de Curso.

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Figura 2. Tempo médio e variação em semestres para conclusão de curso, de acordo com o período de matrícula até a expectativa de conclusão. Consulta do Observatório da Saúde do IFRJ - Campus Realengo. Período 13 à 21 de Junho de 2024.


Importante destacar que além da percepção sobre o atraso na formação, como já era esperado, outras demandas foram apresentadas e requerem devida atenção para serem negociadas entre corpo docente, discente, administrativo e gestão, dentre eles destaca-se:

i.             a falta de aulas práticas;

ii.            a dificuldade de adaptação às aulas online;

iii.           a continuidade das disciplinas por período, dado que nem todas as disciplinas foram disponibilizadas em APNP’s;

iv.           sensação de descontinuidade entre a teoria e a prática;

v.            sobrecarga nos discentes e docentes devido à reposição de aulas;

vi.           filas para cursar disciplinas práticas não disponibilizadas em APNP's;

vii.          atraso nos estágios devido à priorização do período sem a possibilidade de aceitação de estágios não-obrigatórios como carga horária dos estágios obrigatórios, como ocorre nos cursos de graduação de Terapia Ocupacional e Farmácia;

viii.         choque nos horários após os retornos das suspensões.


 

Muito além do esperado e objeto de análise, mas não surpreendente, nas respostas também foram identificadas pautas em nível de saúde mental, ocupação e planejamento profissional, tais como:

i.             períodos de ansiedade e desânimo;

ii.            impactos no desempenho acadêmico e aprendizado;

iii.           impacto no planejamento profissional;

iv.           impacto na saúde mental; e,

v.            dificuldades financeiras para a continuação da graduação.

 

Concluímos esse relatório com a esperança de realmente apresentar a perspectiva dos discentes inseridos no Campus Realengo sobre os impactos desses períodos de suspensão nas atividades acadêmicas. Entendemos que o uso desses resultados seja a favor de um debate democrático, amistoso e busque, em conjunto, melhores alternativas para enfrentar os atrasos na formação dos discentes. Assim, esperamos corroborar com as discussões sobre a reestruturação do calendário acadêmico após o término do ato unificado pela educação de modo a minimizar o impacto no tempo de conclusão de curso no IFRJ.

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